Carne sintética: Como é feita? Qual o objetivo da produção?

Será que a carne sintética é mesmo o caminho para a alimentação do futuro? O que ainda precisa ser aprovado e o que já é realidade? Quer descobrir tudo isso?

Os avanços na indústria da alimentação são tão rápidos, que basta você piscar os olhos para algo novo ser criado. Para muita gente esse é o caso da carne criada em laboratório, ou seja, é um tema bastante desconhecido.

Em vista disso, eu criei um verdadeiro guia sobre a carne que promete revolucionar a maneira como consumimos proteína. Eu não perderia se fosse você!

Carne sintética: entenda a produção em 2 métodos inovadores

Não é de hoje que os cientistas e pesquisadores procuram alternativas à carne convencional, né? Então, não é de se espantar que vira e mexe você encontra salsicha vegana ou hambúrguer de soja. Eu vejo cada vez mais e mais produtos similares.

Entretanto, a carne considerada sintética e de laboratório, traz uma dinâmica com potencial para transformar nossas vidas e o mercado. Na verdade, estamos olhando para um dos alimentos do futuro, simples assim.

Não é preciso nem dizer que existe uma tecnologia quase impensável que parece ter saído diretamente de um filme futurista. Porém, eu asseguro que tudo o que eu falarei aqui agora, são as maiores inovações na indústria de alimentos. Se preparou?

Saiba de antemão, que atualmente existem dois métodos de produção dessa carne que vai “explodir a sua mente”!

1. Carne de laboratório por meio do cultivo de Células-Tronco

Eu diria que esse é o método mais revolucionário, não por menos, é o carro-chefe da maioria das pesquisas mundiais. Nesse contexto, estou falando da criação de carne a partir do cultivo de células-tronco, consideradas uma revolução na ciência.

Isso só é possível devido à capacidade das células-tronco de multiplicação e diferenciação em tecidos distintos. Naturalmente, o processo é muito mais complexo do que aquele que eu posso descrever, mas funciona mais ou menos assim:

Coleta das células-tronco para carne sintética

As células são coletadas de um animal vivo, mas contrariamente ao que as pessoas pensam, isso acontece de forma não-invasiva. Na realidade, tudo é feito a partir de uma biópsia diretamente na musculatura do animal. Contudo, não é raro as indústrias que retiram as células de tecido conjuntivo ou da gordura animal.

Etapa de isolamento e multiplicação

Essa é uma etapa fundamental para o sucesso do processo, é onde as células são armazenadas num meio de cultura. Para isso, são acrescentados fatores de crescimento e nutrientes específicos para o desenvolvimento. Por conseguinte, as células se multiplicam, mas se diferenciam ao mesmo tempo, criando uma linha celular.

Criação da matriz tridimensional

A criação da matriz tridimensional é responsável por viabilizar a estrutura ideal para que as células cresçam “ordenadas” e estruturadas. O curioso aqui, é que o processo utiliza compostos biocompatíveis, a exemplo de colágeno.

Cultivo celular inicial

Agora, a formação inicial das células musculares é cultivada em um equipamento conhecido como Biorreator. Dessa forma, o biorreator fica encarregado de garantir temperatura, nutrientes e umidades ideais para o cultivo e crescimento da carne.

Maturação e diferenciação

É aqui que a carne sintética passa a ser uma realidade. Então, os cientistas estimulam mecanicamente a carne que já está formada num tecido muscular. O objetivo é aperfeiçoar textura, consistência e qualidade desse cultivo de células animais.

Colheita e processamento

Sério, eu nunca achei que fosse viver para falar de “colheita” de carne feita em laboratório, mas cá estamos. Nesse momento, a carne já passou pela maturação, e o tecido é retirado do biorreator. Além disso, aquela estrutura da matriz tridimensional também é eliminada. Por fim, o processamento consiste em limpar as impurezas.

Pronto, a partir deste ponto, a proteína criada em laboratório dá vida aos mais diferentes formatos de produtos, como:

Inclusive, essa carne produzida de forma ética pode “imitar” os sabores e texturas de cortes conhecidos e carnes tradicionais. Então, é viável deixá-la parecida com a alcatra ou contrafilé, fraldinha e por aí vai, as aplicações são infindáveis.

Abaixo, você terá uma visão interessante do assunto, bem como uma “imagem visual” para consolidar os passos anteriores:

2. Carne in vitro a partir do Cultivo de Células Musculares

O segundo método de criação da carne sintética, é através de uma pequena biópsia realizada no tecido muscular.

Em seguida, o material é cultivado num ambiente totalmente controlado e irrigado com nutrientes e fontes essenciais para se desenvolver.

Nesse caso em especial, não há utilização de células-tronco, ou seja, a própria célula muscular é isolada e cultivada. Especialistas na carne livre de crueldade animal, afirmam que esse é o método que permitirá a produção em larga escala.

Apesar de ser um avanço incontestável, ainda existe um longo caminho pela frente, principalmente quanto ao custo dessa carne. Tanta tecnologia, estudo e recurso, teria um valor elevado, afinal.

DÚVIDA FREQUENTE: qual o custo da carne cultivada em laboratório? Já tem preço?

Aposto que você logo pensou: “nossa vida, essa é a verdadeira carne com ouro”, não é mesmo? Eu confesso que achei que fosse custar bem mais caro do que eu vi lá em 2020.

Vale ressaltar que não é algo comercializado como a carne tradicional, pelo contrário. Poucos países autorizaram o consumo e a comercialização, a exemplo de Singapura.

Contudo, a empresa holandesa Mosa Meat criou o primeiro hambúrguer de carne sintética em 2020. A empresa, por sua vez, avançou bastante na tecnologia de alimentos e o custo do seu hambúrguer foi de US$50,00.

Convertendo rapidamente, o hambúrguer custou cerca de R$250,00 na época. Eu poderia jurar que custaria bem mais. Afinal de contas, se não dá nem para comprar picanha mais, quem dirá carne feita em laboratório, né [risos]?

Qual o objetivo da carne sintética? O que os cientistas buscam com isso?

Eu não diria que existe apenas um objetivo, mas um conjunto de necessidades que a carne de laboratório visa suprir. O principal deles, é sem dúvidas, a questão da alimentação mundial.

A cada ano que passa se torna mais insustentável assegurar comida para todo mundo. Recentemente o nosso “mundão” ultrapassou a marca de 8 bilhões de pessoas. Imagina isso daqui a 10 ou 20 anos? Como a alimentação estará então, certo?

Veja um apanhado de objetivos que a indústria alimentícia visa alcançar:

  1. Diminuição drástica dos impactos ambientais.
  2. Melhoria no bem-estar dos animais.
  3. Otimização da sustentabilidade, usando menos recursos como água, terra e energia.
  4. Ampliar a segurança alimentar da demanda global.
  5. Avanço científico significativo e busca constante por inovação.
  6. Conscientização da alimentação mais bem equilibrada.

Já as pessoas mais inteiradas do assunto, por assim dizer, afirmam que isso vai impactar até mesmo na exploração espacial. Logo, essa carne se tornará uma fonte de alimento bastante segura para os astronautas, olha que genial isso.

Ah, se ainda não ficou claro, carne cultivada em laboratório não tem nada a ver com carne vegana, hein?

A carne sintética pode ser alternativa à alimentação consciente, mas tem um longo caminho

Não sei você, mas sempre que eu falo sobre carne sintética eu enxergo grandes aplicações e tenho boas expectativas. Mesmo porque vai chegar um momento em que o aroma da fraldinha na churrasqueira será uma mera recordação.

Gostou de saber tudo sobre o assunto? Não deixe de voltar mais vezes, pois sempre que tiver uma atualização importante eu faço questão de trazer até você.

Espero muito que tenha gostado das minhas dicas, aproveite e compartilhe as curiosidades de hoje. Até a próxima!